Vamos falar sobre a história de Paulo Mendes da Rocha. O arquiteto, urbanista e professor capixaba tem um vasto portfólio e uma coleção de prêmios.

8 de maio de 2020


Na série de hoje sobre os Grandes nomes da Arquitetura, vamos falar sobre a história de Paulo Mendes da Rocha. O arquiteto, urbanista e professor capixaba tem um vasto portfólio e uma coleção de prêmios. Conquistou, inclusive, o Prêmio Pritzker, em 2006 – quando, antes dele, apenas um brasileiro havia ganho tamanho reconhecimento: Oscar Niemeyer.

Neste artigo, você vai conhecer a história desse arquiteto, que é considerado no meio como uma verdadeira lenda viva. Veja sua biografia, as principais obras e a importância de Paulo para o universo da construção civil!

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O início da história de Paulo Mendes da Rocha

A história de Paulo Mendes da Rocha começou na cidade de Vitória, no Espírito Santo, em 1928. Filho de engenheiro, recebeu desde cedo a influência familiar do mundo da engenharia.

Em 1954, Paulo se formou em Arquitetura e Urbanismo na Universidade Presbiteriana Mackenzie, em São Paulo. Já aos 29 anos de idade, o arquiteto se destacava na área, ganhando o concurso para o Ginásio do Clube Atlético Paulistano.

Paulo Mendes da Rocha também teve a oportunidade de trabalhar com Vilanova Artigas, fazendo parte da chamada Escola Paulista de arquitetura. Nos anos 60, o arquiteto tornou-se docente na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo.

Em meio aos debates universitários sobre o papel social do arquiteto, Paulo teve seus direitos cassados em 1969, com o Ato Institucional nº 5. O arquiteto retornou à Universidade apenas em 1980, com a anistia.

Ele também foi presidente do departamento paulista do Instituto dos Arquitetos do Brasil. A partir dos anos 80, o reconhecimento do seu trabalho se intensificou, passando a ser famoso internacionalmente.

Desde então, Paulo Mendes da Rocha manteve uma intensa vida profissional, projetando obras importantes e ganhando prêmios de destaque.

As principais obras do arquiteto capixaba

Com um extenso currículo, Paulo Mendes da Rocha conquistou diversos prêmios. Apenas para citar alguns, o arquiteto recebeu:

  • Prêmio Mies van der Rohe de Arquitetura Latino-Americana, em 1999 e 2000;
  • Prêmio Pritzker, em 2006;
  • Leão de Ouro de Veneza, em 2016;
  • Medalha de Ouro Real do RIBA, em 2017.

Dentre suas obras principais, destacam-se:

  • Ginásio do Clube Atlético Paulistano (São Paulo, 1958/1960);
  • Edifício Guaimbê (São Paulo, 1962);
  • Casa do Arquiteto (São Paulo, 1964);
  • Pavilhão do Brasil na Feira Internacional de Osaka (Japão, 1969);
  • Museu Brasileiro de Escultura (São Paulo, 1988);
  • Pórtico da Praça do Patriarca (São Paulo, 1992);
  • Reforma da Pinacoteca (São Paulo, 1993/1998);
  • Cais das Artes (Espírito Santo, 2009);
  • Sesc 24 de Maio (São Paulo, 2017).

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A importância de Paulo Mendes da Rocha para a construção civil

O arquiteto mais premiado do país, com mais de 90 anos de idade e 60 de carreira, tem muito a ensinar para o universo da construção civil. Com um discurso amparado na perspectiva social e humanista, a história de Paulo Mendes da Rocha questiona fortemente o papel da arquitetura em nossas vidas.

O olhar crítico do arquiteto busca pensar a relação entre a engenharia e a natureza, o homem e os espaços construídos. Nesse sentido, a arquitetura não está relacionada pura e simplesmente com as formas autônomas ou seu caráter fabril.

Para Paulo Mendes da Rocha, a arquitetura requer, antes de tudo, pensar a geografia e os fenômenos naturais. A própria natureza na visão do arquiteto é um projeto que carrega em si a possibilidade de transformação por meio da técnica.

Inclusive, a sua concepção de espaço mostra a importância das cidades e do engajamento social nos projetos arquitetônicos, para além de uma visão limitada a obras isoladas.

Nesse sentido, não se faz arquitetura sem pensar na sua dimensão pública. Aliando, portanto, beleza e funcionalidade assim como arte e técnica, a história de Paulo Mendes da Rocha mostra uma compreensão profunda e poética sobre a finalidade da arquitetura.

Para ele, arquitetura não se trata de formas supérfluas e independentes. Na verdade, uma obra arquitetônica se faz e se expressa nos mais variados aspectos, como na cultura, no transporte público e nos espaços de convivência das cidades. Afinal, nas palavras de Paulo Mendes da Rocha, “a arquitetura não é feita para ver, mas feita para viver”.

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Gostou de conhecer um pouco mais sobre a história de Paulo Mendes da Rocha? Confira outras trajetórias na série Grandes nomes da Arquitetura brasileira, em nosso blog.

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