Como dimensionar o disjuntor e quais são as suas características?
Saber como dimensionar o disjuntor é essencial para garantir a segurança da rede elétrica. Veja como realizar essa etapa da melhor maneira.
Saiba o que é o Bioconcreto, como ele funciona e o modo como essa tecnologia está revolucionando a construção civil.
21 de julho de 2021
O concreto é um dos materiais de construção mais utilizados no mundo, sendo comum em estruturas mais simples até as mais complexas, mas que infelizmente acaba sofrendo danos com o passar do tempo. A produção de cimento é responsável por cerca de 8% das emissões globais de dióxido de carbono de acordo com o relatório da WWF.
Agora, imagine um material tão resistente quanto o concreto, mas capaz de se regenerar sozinho, sem precisar que se tenha gastos com mão de obra e manutenção e que ainda seja sustentável. Parece incrível, não é mesmo? Pois esse material já existe e é conhecido como Bioconcreto.
O Bioconcreto foi desenvolvido por pesquisadores da Universidade de Tecnologia de Delft, na Holanda, para solucionar o processo de deterioração dos materiais expostos pelas ações da natureza ao longo dos anos. Dessa forma, o Bioconcreto combina estudos da biologia com a engenharia civil.
Esse material chegou para revolucionar a construção civil e está ganhando mais espaço ao longo dos anos por ser uma solução para a ação do tempo nas construções: já que ele é capaz de regenerar suas próprias rachaduras.
Apesar de ser um material mais caro que o concreto comum, seu custo/benefício é maior quando avaliado a longo prazo, tornando-se uma opção mais barata e sustentável que é capaz de aumentar o tempo de vida dos empreendimentos.
Pela sua capacidade de regeneração das próprias rachaduras, o Bioconcreto é capaz de se autoconsertar poupando a construção civil de gastos com mão de obra e manutenção.
O pesquisador e microbiologista holandês Hendrik Jonkers desenvolveu o Bioconcreto a partir da combinação do concreto comum e de colônias da bactéria Bacillus pseudofirmus.
Para que desse certo, as bactérias utilizadas deveriam ser resistentes e capazes de sobreviver em condições difíceis e sem oxigênio. As Bacillus pseudofirmus são encontradas em áreas inóspitas como crateras de vulcões ativos e lagos congelados na Rússia. Elas também são capazes de viver mais de 200 anos.
Esses microrganismos permanecem adormecidos e sobrevivem em ambientes com pH alto, que é o caso do concreto. Quando misturados, eles são ativados ao detectar a presença da umidade no ambiente, o que acontece quando há danos como rachadura, o que deixa a estrutura interna exposta.
O Bioconcreto é capaz de se regenerar por meio da alimentação e da digestão das bactérias. Quando elas saem da inércia, consomem o lactato de cálcio utilizado na mistura do concreto, liberando calcário na digestão, que ocupa o espaço aberto no concreto. Sendo assim, o calcário produzido é acumulado na região das rachaduras.
Além de diminuir os gastos com mão de obra e manutenção na construção civil, o Bioconcreto é capaz de reduzir as emissões de carbono que são emitidas durante o processo de produção do concreto.
O Bioconcreto vem sendo testado em algumas construções. Na Holanda, há uma construção feita totalmente desse material e que é monitorada pelos pesquisadores a cada dois anos.
A primeira estrutura a usar oficialmente o material foi uma estação de salva-vidas de um lago. A edificação está sujeita a condições extremas com alta incidência solar e presença contínua de água. Servindo de teste, ela prova a eficácia do Bioconcreto e permanece vedada desde a construção.
O Bioconcreto também está sendo utilizado em canais de irrigação no Equador. O país tem grande atividade sísmica, e esses eventos são capazes de provocar rachaduras na estrutura.
Pelos preços elevados, o Bioconcreto é mais indicado para ser utilizado em estruturas subaquáticas ou no subsolo, ambientes com maior chance de vazamento ou corrosão.
Sendo assim, o grande desafio da implementação do Bioconcreto na construção civil é o fato de ele ser um material mais caro se comparado com a produção do concreto comum. Apesar disso, as vantagens da aplicação e da economia com gastos de mão de obra e manutenção a longo prazo são enormes ao se comparar os dois materiais.
A tecnologia ainda não é implementada no Brasil justamente pelo seu alto custo. A expectativa é de que, com os avanços das pesquisas, o material possa ser implementado com mais frequência em construções do mundo inteiro.
Gostou de saber o que é Bioconcreto? A expectativa é de que os avanços das pesquisas e o monitoramento dos testes realizados façam com que esse material esteja cada vez mais presente nas construções pelo mundo.
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