Dubai, a cidade de ouro, está planejando construir a maior usina de resíduos sólidos do mundo. O objetivo é reutilizar esse “lixo” e transformá-lo em energia. Seria essa mais uma inovação para as cidades sustentáveis?

Uma alternativa simples, mas ousada, para os aterros sanitários é justamente transformar os resíduos em algo valioso: energia. Por isso, os investimentos em plantas de resíduos para energia (WET) estão começando a aparecer em todo o mundo.

Essas plantas queimam resíduos em um ambiente controlado, utilizando o calor resultante para alimentar uma turbina que, por sua vez, produz eletricidade. Essas plantas são muito menos poluentes do que os aterros tradicionais, onde os resíduos se decompõem lentamente e liberam metano, um gás com efeito estufa muito mais poderoso do que o dióxido de carbono.

Quando estiver funcionando, espera-se que a WET produza anualmente até 185 MW com dois milhões de toneladas de resíduos sólidos. Isso significa que cerca de 60% da produção anual de lixo de Dubai vai se transformar em aproximadamente 2% do consumo de energia anual da cidade, fornecendo energia para 120 mil casas.

Usina de Resíduos

Esse projeto é um esforço colaborativo entre o Município de Dubai, a Autoridade de Energia Elétrica e Água de Dubai, a empresa suiça Hitachi Zosen Inova e a empresa de construção belga Besix Group.

A usina de resíduos de Dubai será construída em um terreno de 2 hectares na área de Warsan, custará o equivalente a US$ 680 milhões e deve estar totalmente operacional até 2020.

O governo do Dubai explica o projeto no vídeo abaixo.

Usinas de Resíduos no mundo

Esse movimento sustentável do município de Dubai reflete o compromisso dos Emirados Árabes de reduzir o desperdício de aterro em 75%, como parte da Estratégia de Energia Limpa.

No entanto, Dubai não é o único que considera reduzir as pegadas de carbono. Uma usina de energia híbrida, que utiliza resíduos urbanos e energia solar, já está prevista para ser instalada na cidade de Shenzhen, China.

Ela deverá tratar 5.000 toneladas de lixo todos os dias em troca da eletricidade e também deve ser concluída em 2020. Mas isso não é uma competição. O importante é que mais desses sistemas sustentáveis ​​sejam criados.