A 10 km da fronteira com a Suíça no vilarejo Chaux de Fonds em 1887, nascia Charles-Edouard Jeanneret-Gris, nome que daria lugar na história a Le Corbusier – o franco-suíço que se tornou imagem na nota de 10 francos e foi um dos grandes nomes da arquitetura no século XX. Neste post, você vai conferir o porquê. 

A história de Le Corbusier iniciou cedo. Seu primeiro prêmio foi aos 13 anos pelo desenho de um relógio. A escolha do ícone principal do tempo teve reflexo na influência de sua própria cidade, conhecida na época pela produção de relojoaria.

Suas obras posteriores também andaram em paralelo com o propósito da temporalidade e funcionalidade. Era possível compreender que, desde novo, Le Corbusier já projetava fazer a diferença na arquitetura.

O início da trajetória de Le Corbusier

Seu primeiro projeto foi a casa de um fabricante de relógios. Pouco depois, o arquiteto e urbanista dedicou-se aos estudos práticos viajando pelo mundo. Partiu para a Itália, onde por dois meses e meio visitou espaços como o Mosteiro de Galluzo. Lugares assim evidenciaram a importância de suas preocupações sociopolíticas nas obras produzidas.

Aos 29 anos, mudou-se para a França. Lá, decidiu adotar o pseudônimo de Le Corbusier em homenagem ao seu avô e iniciou uma carreira que ficaria marcada na história da arquitetura mundial.  

Foi fundador da revista L’Esprit Nouveau, que contribuiu diretamente para seu renome francês antes mesmo das incontáveis obras. Com ela, fez contato com inúmeros arquitetos da época e difundiu seu desejo principal de construir habitações populares em larga escala. 

Construiu seu legado com obras na França, Suíça, Rússia, Bélgica e Índia. Amante da leitura, também se dedicou a pintar, esculpir e escrever, deixando inúmeras referências acadêmicas embasadas na experiência internacional e em seus estudos.

A ideia principal das obras e do artista girou em torno de criações que abordavam soluções para as crises do século XX reduzindo os impactos do mundo industrializado. O que ele buscava? Uma arquitetura funcional voltada para as necessidades humanas.

Seu vínculo com a arte pode ter sido uma das principais referências para a trajetória baseada na arquitetura grega clássica e, ao mesmo tempo, de aspectos futuristas. Charles era assíduo e apaixonado por veículos dos mais diversos: aeronaves, carros e outros; dentre os mais conhecidos, o Avions Voisin C7, automóvel fabricado por volta da década de 20 no século XX.

Sua principal contribuição arquitetônica 

Seu livro de 1926, Vers un Architecture (em português, Por uma arquitetura), fez da história de Le Corbusier uma diretriz para a arquitetura moderna. Tido como um manifesto revolucionário, é até hoje referência para a área. Na publicação, ele defende o conceito dos cinco pontos principais, conceitos esses colocados em prática no projeto Villa Savoye, finalizado em 1929. Os cinco pontos segundo Le Corbusier seriam: 

1. Pilotis
2. Planta livre
3. Fachada livre
4. Janelas em fita 
5. Terraço jardim

Você pode conferir mais sobre a ilustração e seus cinco pontos em um vídeo publicado pela ArchDaily. 

Grandes realizações

Descrever e enumerar as obras mais marcantes das quase oito décadas de vida de Charles é um desafio. No entanto, podemos citar um grande marco para a época e os dias atuais. 

A Unité d’Habitation 

Outro de seus maiores sucessos foi o projeto de Berlim para a Unidade de Habitação. Começou a trabalhar por volta da década de 20 e finalizou após a primeira guerra mundial. O conceito da unidade serviu de referência para projetos modernistas até hoje. 

Também segue os parâmetros dos cinco pontos da arquitetura anteriormente descritos em seus mais de 100 metros de comprimento em um espaço que reflete conforto ambiental e qualidade de vida.

A história de Le Corbusier no Brasil

Sua máxima de que “todos os edifícios deviam ser brancos” foi refletida na concepção de Brasília por Oscar Niemeyer. Mas não foi só esse o vínculo do franco-suíço com nosso país. 

Em 1929, visitou o Brasil para ministrar conferências de projetos revolucionários dentro de sua expedição pelos continentes do mundo e, em 1936, retornou como orientador do projeto do prédio do Ministério da Educação e Saúde.

Até hoje, o ex-professor de arquitetura é tido como referência para a área no quesito moderno e ultrapassa fronteiras revolucionárias para estudantes e profissionais em atuação. 

Gostou da história de Le Corbusier? Você também pode conferir a biografia de Zaha Hadid, Oscar Niemeyer, Impei e outros grandes nomes da arquitetura em nosso blog. Aproveite!