Estratégica em um país que tem mais de 7,3 mil quilômetros de costa e inúmeras bacias hidrográficas, a indústria naval brasileira amargou águas paradas nas últimas décadas. Mas agora os bons ventos estão de volta. Impulsionada pelo setor petrolífero e por empresas que começam a apostar no potencial logístico do transporte marítimo, o setor dá sinais de que os tempos de estagnação já ficaram para trás.
Ao redor desta indústria está uma forte cadeia de fornecedores, que alimenta os 151 estaleiros em atividade no País e aposta em tecnologia e soluções que proporcionem alta performance com economia ao cliente.
O Estaleiro Detroit, de SC, sabe bem o que esta rede de fornecedores representa. Em setembro de 2009, ele entregou o rebocador “Sossego” para a Vale, uma das principais mineradoras do mundo. Primeiro de uma série de 11 que o estaleiro está construindo para este cliente, o rebocador é um dos mais modernos do País e vai atuar no terminal de Ponta da Madeira, no Maranhão. As embarcações integram um projeto para garantir a segurança e competitividade na ampliação das operações portuárias e marítimas da Vale. Além destes pedidos, o Detroit já tem encomendas de mais rebocadores para outros clientes.
Usado para auxiliar nas operações de manobra dos navios, esse tipo de embarcação de apoio é fundamental na hora de atracação em portos, por exemplo. E exige cuidados especiais em sua construção, pois sofre o efeito da alta concentração de sais na água (que funcionam como eletrólito forte), o que acelera o processo corrosivo. Na prática, isto pode danificar os materiais, provocar acidentes e prejuízos. Além disso, os rebocadores têm esforço de tração e compressão, sofrem impactos, e têm que contar com materiais resistentes à abrasão e de fácil manutenção. Ou seja, a pintura é fundamental. “A tinta é a proteção do casco, das máquinas e equipamentos, e também é muito importante no acabamento”, explica o superintendente de Produção do Detroit, Maxwell S. de Oliveira.
Devido a estas características, o Detroit decidiu universalizar as tintas utilizadas para pintura, usando basicamente dois tipos de produto e uma só marca para todo o rebocador, desde o casco ao acabamento, passando pelas máquinas e equipamentos. E apostou nas tintas WEG para esse tipo de embarcação.
As tintas utilizadas são a Shop Primer - Wegzinc 401, que confere proteção anticorrosiva às chapas de aço antes da construção, a WEG Tar Free Plus - Primer Epóxi universal que confere proteção anticorrosiva para todas as áreas - e a tinta para acabamento Wegthane HPA 501, que confere um excelente resultado estético. Assim, a linha epóxi confere proteção anticorrosiva e a linha poliuretana confere cor e brilho. Há ainda as tintas antifouling - WEG Ecoloflex SPC 200 - para proteger o casco da embarcação contra a incrustação por organismos marinhos, que dificultam a navegação e, por conseqüência, aumentam o consumo de combustíveis.
“O objetivo foi facilitar a aplicação, minimizar a possibilidade de erros e reduzir custos com a manutenção”, destaca Waldir Bento Vitorino, supervisor da Área de Pintura do estaleiro. O resultado foi aprovado e agora a meta é continuar a usar os produtos nas demais embarcações, que devem ser entregues até 2012. “Hoje ressaltamos, no contrato, a WEG como parceira no fornecimento de tintas”, conta Vitorino.
Construção naval a todo vapor
Dados do Sindicato Nacional da Indústria da Construção e Reparação Naval e Offshore (Sinaval) mostram que a Construção Naval brasileira está a todo vapor. A frota nacional de navios está sendo duplicada, com a substituição, principalmente, de navios petroleiros mais antigos. Segundo o sindicato, a carteira brasileira de encomendas hoje é estimada em 82 navios, e aumenta para 338 se forem incluídas as aquisições de petroleiros (tankers), navios de apoio a plataformas de produção de petróleo, navios sondas, plataformas de petróleo e outros tipos de embarcações já anunciadas pela Petrobras. Estes números fazem com que o Brasil ocupe o sexto lugar no mundo, entre unidades de construção, e almeje subir neste ranking, que é liderado por China, Coreia do Sul e Japão, respectivamente. Na quarta posição está a Europa e na quinta colocação, a Índia.
Fontes:
Revista Portuária
Sindicato Nacional da Indústria da Construção e Reparação Naval e Offshore (Sinaval): www.sinaval.org.br
IBGE: www.ibge.gov.br